Quando a Trensurb Volta a Operar em Porto Alegre?

Previsão para a Retomada da Operação Plena do Metrô

A operação do metrô de Porto Alegre, gerida pela Trensurb, foi severamente impactada pelas enchentes de maio de 2024, resultando em uma série de danos que paralisaram parcialmente o serviço. Os efeitos deste desastre natural foram profundos, atingindo sistemas elétricos e eletrônicos, vias permanentes, edificações e equipamentos, e exigem uma recuperação abrangente e coordenada para que a operação plena seja restabelecida.

A Trensurb divulgou recentemente um detalhado Plano de Recuperação, com prazos específicos para a reativação das linhas de metrô afetadas. Neste artigo, exploramos as etapas dessa recuperação, os desafios enfrentados pela empresa e quando os usuários de Porto Alegre poderão contar novamente com o serviço completo.

Desafios na Recuperação das Subestações de Energia

A recuperação das subestações de energia é o principal desafio para a retomada da operação plena da Trensurb. As enchentes danificaram gravemente duas das cinco subestações críticas: a de Farrapos, em Porto Alegre, e a de Fátima, em Canoas. Esses danos interromperam o fornecimento de energia necessário para a tração dos trens, tornando impossível a operação do metrô em sua capacidade normal.

As subestações desempenham um papel vital na operação do sistema de metrô, recebendo energia elétrica em alta tensão e corrente alternada das concessionárias e convertendo-a para corrente contínua, com voltagem adequada para alimentar a tração dos trens. Além disso, as cabines ao longo da linha garantem a equalização da tensão e a proteção dos trechos conforme necessário.

A Trensurb estabeleceu como meta a recuperação dessas subestações até o dia 20 de setembro, permitindo a ampliação da operação dos trens até a Estação Farrapos, em Porto Alegre. Esta é uma etapa crucial no plano de recuperação, pois sem a energia adequada, a operação segura e eficiente dos trens é inviável.

Recuperação da Via Permanente e Substituição de Dormentes

Além das subestações de energia, outro grande desafio é a recuperação da via permanente do metrô, que inclui a substituição de dormentes e do lastro de pedra britada. As enchentes contaminaram o lastro com areia e lodo, alterando suas propriedades e comprometendo a estabilidade da via. Isso, por sua vez, aumentou o desgaste dos dormentes, que precisam ser substituídos tanto devido aos danos diretos causados pelas enchentes quanto ao desgaste natural acelerado pelo evento.

Este processo de recuperação abrange cerca de 22 quilômetros de trilhos, com a necessidade de substituição de até 16,7 mil dormentes. A substituição do lastro e dos dormentes é fundamental para garantir a segurança das operações e a durabilidade da infraestrutura no longo prazo. A Trensurb priorizou a execução dessas obras, que são essenciais para permitir a circulação dos trens em um trecho maior da linha até o fim de setembro.

Plano de Recuperação e Investimento Necessário

O plano de recuperação da Trensurb envolve 97 projetos distintos, com um investimento total estimado em R$ 275,8 milhões. Esses projetos abrangem uma ampla gama de intervenções, incluindo a recuperação de sistemas de energia, sinalização, bilhetagem, via permanente, edificações e equipamentos. A complexidade e a escala desses projetos refletem a magnitude dos danos causados pelas enchentes e a necessidade de uma abordagem meticulosa e estratégica para a recuperação.

Entre os projetos de maior prioridade, além da recuperação das subestações de energia e da via permanente, estão a restauração dos sistemas de sinalização e bilhetagem, que são cruciais para a operação segura e eficiente do metrô. A Trensurb está trabalhando em um cronograma acelerado para concluir esses projetos dentro dos prazos estabelecidos, a fim de minimizar o impacto sobre os usuários e restaurar a confiança no sistema de transporte público da região metropolitana de Porto Alegre.

Prazos para a Retomada Completa da Operação

A Trensurb estabeleceu metas claras para a retomada da operação plena do metrô. A primeira meta é permitir a circulação de trens entre as estações Novo Hamburgo e Farrapos até o dia 20 de setembro de 2024. Esta etapa inicial permitirá que os usuários da linha tenham acesso a uma parte significativa do sistema, ainda que com algumas restrições de velocidade e intervalos entre os trens.

A segunda meta é a ampliação da operação até a Estação Mercado, no centro de Porto Alegre, até o dia 24 de dezembro de 2024. No entanto, mesmo após essa ampliação, a operação ainda estará sujeita a restrições, especialmente em relação à velocidade dos trens e aos intervalos entre as viagens, para garantir a segurança de todos os passageiros.

Esses prazos foram estabelecidos com base na capacidade de execução dos projetos de recuperação em andamento e refletem um esforço coordenado da Trensurb para restaurar o serviço o mais rápido possível, sem comprometer a segurança dos usuários.

Conclusão

A retomada da operação plena do metrô de Porto Alegre pela Trensurb é uma tarefa complexa, que exige um esforço coordenado e significativo investimento em infraestrutura. As enchentes de maio de 2024 causaram danos profundos em áreas críticas da operação, exigindo uma recuperação minuciosa e planejada para garantir a segurança e a eficiência do sistema no longo prazo.

Com prazos definidos para setembro e dezembro de 2024, a Trensurb está comprometida em restaurar o serviço para os milhares de usuários que dependem do metrô diariamente. No entanto, a plena normalização do serviço dependerá do sucesso na execução dos 97 projetos identificados, totalizando um investimento de R$ 275,8 milhões.

Para os moradores de Porto Alegre e da região metropolitana, a expectativa é que a operação completa do metrô seja restabelecida em etapas, com a segurança sendo a prioridade máxima. A Trensurb continua a trabalhar incansavelmente para superar os desafios impostos pelas enchentes e assegurar que o sistema de transporte esteja pronto para atender às necessidades da população novamente.

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